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1º Congresso Estadual de Cultura do RS: Cultura e Meios de Comunicação
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Metadados descritivos (INBCM/Ibram)
Miniatura
Número de registro
MCOM 0239-S
Denominação
Áudio em Fita Magnética
Título
[1º Congresso Estadual de Cultura do RS: Cultura e Meios de Comunicação]
Acervos MuseCom
Resumo descritivo
Palestras e debates em torno do tema “Cultura e Meios de Comunicação” durante o terceiro dia do 1º Congresso Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul com duração aproximada de 3h18min43s.
O 1º Congresso Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul foi um evento de caráter excepcional, promovido pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Cultural (CODEC) e realizado no Salão de Atos da UFRGS no mês de abril de 1989, no qual diversas personalidades de reconhecida atuação cultural, nacional e internacionalmente, se reuniram para dividir suas experiências profissionais, traçar paralelos com o passado visando o futuro da cultura no estado e propor debates quanto aos desafios a serem enfrentados. As discussões se debruçaram sobre os temas “Formação histórica da Cultura Gaúcha”, O Rio Grande do Sul na Cultura Brasileira”, “Cultura e Meios de Comunicação”, “Bases para uma Política Cultural” e “Institucionalização da Cultura no Rio Grande do Sul”. Os debates e resoluções que tiveram lugar no Congresso foram fundamentais para a definição das bases de criação da Secretaria de Estado da Cultura.
O turno da manhã do terceiro dia de Congresso teve a apresentação do painel “Cultura e Meios de Comunicação” como principal evento. Entre mediadores e painelistas estavam presentes Jorge Campos, Sérgio Caparelli, José Mitchell, Eunice Jacques, Luiz Coronel e Carlos Urbim.
Durante sua fala, o professor Jorge Campos, primeiro painelista, opinou que os meios de comunicação dificilmente faziam autocrítica. Ele também elencou outras problemáticas, entre elas, a fragmentação da forma e do conteúdo na televisão, o predomínio da informação sobre a análise, o problema da relevância da redundância e da ética da informação. Em sua fala, o professor recomenda a leitura do livro "A Derrota do Pensamento", de Alain Finkielkraut.
O escritor Sérgio Caparelli apresentou uma visão menos pessimista sobre a relação entre meios de comunicação e cultura do que Campos, para ele a “comunicação é cultura”. Já para José Mitchel, o grande desafio para a construção de um caráter mais democrático da comunicação de massa no Brasil é o fato da nova Constituição manter a autoridade das Forças Armadas quando chamada por um dos Três Poderes da República.
Eunice Jacques relembrou o conceito de Marshall McLuhan no contexto de cultura-comunicação: “com a aldeia global a comunicação é massiva”. Concluiu-se que a cultura obtida pelos meios de comunicação estava muito mais internacional e cada vez menos regional, menos profunda e mais superficial. A editora também opinou que os comunicadores estavam cada vez menos humanistas e mais rendidos à técnica. Portanto, os textos jornalísticos tendiam a ser menores, mais objetivos.
Foi feita, ainda, uma rápida análise dos meios de comunicação por parte do escritor Luiz Coronel. Ele afirmou não ver a televisão como um “um polifemo a ser destruído”, mas algo que exige atenção por ainda estar frágil. Coronel demonstrou preocupação com a informatização do povo brasileiro, alegando que havia surgido uma nova categoria de pessoas que não sabiam de nada. Carlos Urbim disse compartilhar dessa preocupação, mas também se mostrou aflito com a qualidade da educação no Brasil. Ele afirmou que tudo que mais quer é que os meios de comunicação ''cresçam e apareçam” e que exista mais espaço para a divulgação da cultura.
Dimensões
04 fitas cassete de áudio
Material/técnica
Local de produção
Data de produção
[26? abr. 1989]
Condições de reprodução
Acervo protegido pela Lei 9.610/98. Proibida a reprodução para fins comerciais sem a autorização dos detentores legais do direito. Obrigatória a citação da referência para fins acadêmicos e expositivos.
Mídias relacionadas
FINKIELKRAUT, Alain. A Derrota do Pensamento. 2 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1989. 156p.