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Depoimento de Pedrinho Mattar
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Metadados descritivos (INBCM/Ibram)
Miniatura
Número de registro
MCOM 0399-S
Denominação
Áudio em fita magnética
Título
[Depoimento de Pedrinho Mattar]
Autor
Acervos MuseCom
Resumo descritivo
Depoimento do pianista Pedrinho Mattar ao jornalista Roberto Antunes Fleck do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, com duração de 47min26s.
Pedrinho Mattar iniciou sua carreira contrariando a vontade dos pais, que não queriam que o caçula de dez irmãos se tornasse artista, pois, na época, a profissão não era bem vista. Começou tocando escondido em casas noturnas de São Paulo ainda menor de idade, conciliando suas apresentações com os estudos e com o trabalho para pagar pelas aulas de música, chegando a dormir apenas 3 horas por noite. Desde cedo, demonstrou paixão pelo piano, afirmando que, se não fosse pianista, buscaria desesperadamente tocar, independentemente da profissão.
Sua carreira deslanchou como uma "bola de neve". Tocou em diversas casas de São Paulo, junto a grandes nomes da música, como João Gilberto, com quem tocava no conjunto “Os Anjos do Inferno”. Trabalhou com artistas como Alcione, Agostinho dos Santos, Leny Eversong, e Maysa, o que o levou a turnês internacionais, incluindo uma temporada em Las Vegas, em 1959. Essa experiência nos EUA foi fundamental para seu crescimento profissional, aprendendo sobre show business, consolidando seu nome como pianista e conhecendo grandes nomes da música estadunidense, como Judy Garland e Frank Sinatra.
Além da carreira solo, acompanhou cantoras como Dolores Duran, Claudete Soares e Maysa, com quem teve uma relação de amizade e admiração, apesar do temperamento forte dela. Lembrou com emoção de quando Dolores cantou A Noite do Meu Bem, dedicando a performance a ele, meses antes dela falecer em 1959. Também mencionou que estava hospedado na casa de Sylvinha Telles quando ocorreu o acidente que a matou.
Pedrinho destacou sua versatilidade, transitando entre estilos como jazz, bossa nova e música erudita, sempre mantendo uma coerência artística. Ele ressaltou que nunca seguiu modismos, preferindo tocar o que sentia de forma autêntica. Sua abordagem popularizou o piano, um instrumento muitas vezes visto como elitista, levando-o a praças públicas, estações de metrô e outros espaços acessíveis.
Mattar também falou sobre seus projetos, como o disco Elas e Ele, com músicas dedicadas a nomes femininos, e planos para um álbum com canções vencedoras do Oscar. Criticou a falta de divulgação por parte de sua gravadora, mas expressou gratidão por seu público fiel. Além disso, falou sobre negociações para estrelar um programa de TV.
Refletindo sobre sua trajetória, ele afirmou que a música é sua vida, proporcionando disciplina e busca pela perfeição. Mesmo após 40 anos de carreira, mantém o amor pelo piano, estudando diariamente e adaptando seu repertório para conectar-se com o público. O depoimento encerra com Pedrinho expressando desejo de tocar com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e continuar levando sua música pelo mundo, sempre com a mesma paixão que o move, desde os inferninhos de São Paulo onde começou.
*Resumo gerado por inteligência artificial.
Dimensões
01 fita cassete de áudio
Material/técnica
Local de produção
Data de produção
09/08/1996
Condições de reprodução
Acervo protegido pela Lei 9.610/98. Proibida a reprodução para fins comerciais sem a autorização dos detentores legais do direito. Obrigatória a citação da referência para fins acadêmicos e expositivos.

