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Depoimento de Odilon Lopez
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Metadados descritivos (INBCM/Ibram)
Miniatura
Número de registro
MCOM 0169-S
Denominação
Áudio em Fita Magnética
Título
[Depoimento de Odilon Lopez]
Autor
Acervos MuseCom
Resumo descritivo
Depoimento de cerca de 4h30min do ator, jornalista e diretor de cinema Odilon Lopez para Roberto Fleck, jornalista do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa.
Nesta conversa, dividida em algumas partes, Lopez traz relatos sobre sua trajetória profissional e pessoal. Também se posiciona com relação ao tratamento do setor cultural pelo poder público e faz críticas à desigualdade social na década de 1990, período em que uma parcela considerável da população brasileira vivia em situação de insegurança alimentar.
O cineasta fala sobre os filmes que produziu destacando a obra “Um é Pouco, Dois é bom”, um dos primeiros longa-metragem dirigido por um cineasta negro no Brasil. Relata que teve dificuldades com a censura durante o período da ditadura civil-militar e que o censor não apresentava os motivos, apenas informava que “o filme não ia passar”. Faz críticas à censura, seus critérios e a falta de conhecimento dos responsáveis por este setor, na época.
Odilon Lopez relembra, ainda, sua trajetória como jornalista, repórter e cinegrafista. E menciona alguns equipamentos que eram utilizados na época. Roberto Fleck volta-se para algumas das obras de teleteatro e o diretor de cinema aborda o processo de escolha dos atores, explicando que dava mais atenção ao tipo físico em relação aos personagens roteirizados. Não era necessário ter artistas famosos à disposição. Fala-se ainda da passagem de Lopez como radioator da “Rádio Farroupilha” e “Rádio Gaúcha”. O diretor faz inclusive uma demonstração vocal de trechos de radioteatro.
O ator e jornalista conta também sobre sua infância. Ele nasceu em Raul Soares e foi criado em Caratinga, interior de Minas Gerais. Foi levado para Belo Horizonte por uma tia. No entanto, por questões pessoais, viajou para o Rio de Janeiro aos 13 anos sozinho. Durante sua vida escolar, no Colégio Dom Pedro II no Rio de Janeiro, faltava às aulas para ir ao cinema popular que ficava em frente com programação a partir das 10h. Recorda-se de ter assistido à “As Luzes da Cidade”, de Charles Chaplin e que o filme o inspirou a trabalhar com Cinema.
Lopez salienta que como profissional sempre procurou estar atualizado e que isso era a garantia de sua sobrevivência e respeitabilidade. Revela ser sua maior vaidade a credibilidade do seu trabalho e que esse é o legado que procurou passar para seus filhos. O diretor conta da ocasião em que abandonou seu posto de cinegrafista ao perceber falha no foco de algumas filmagens, por razão de algum tipo de deficiência visual. Ele explica que a partir daquele momento perdeu a confiança, pediu para deixar o cargo e passou a ser repórter.
Sobre as vivências na TV Piratini, lembra que os roteiros das telenovelas eram feitos ao vivo pelo diretor para a apresentação diária dos capítulos. O elenco de atores era, em sua maior parte, vindo do teatro ou do radioteatro. Antonio Diniz, Nelson Silva, Sueli Silva e Linda Gay eram alguns artistas que se destacaram na época. Por fim, fala sobre sua trajetória pessoal. Iniciou o curso de Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio do vestibular, e finalizou a faculdade em Glasglow, na Escócia, a partir de uma bolsa acadêmica.
Dimensões
04 fitas cassete de áudio
Material/técnica
Local de produção
Data de produção
out. 1997
Condições de reprodução
Acervo protegido pela Lei 9.610/98. Proibida a reprodução para fins comerciais sem a autorização dos detentores legais do direito. Obrigatória a citação da referência para fins acadêmicos e expositivos.
Mídias relacionadas
UM é Pouco, Dois é Bom. Direção: Odilon Lopez. Produção: Odilon Lopez. Porto Alegre: Super Filmes Ltda., 1970.
LUZES da Cidade. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. Los Angeles: United Artists, 1931.