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Depoimento de Lauro Hagemann
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Metadados descritivos (INBCM/Ibram)
Miniatura
Número de registro
MCOM 0401-S
Denominação
Áudio em fita magnética
Título
[Depoimento de Lauro Hagemann]
Autor
Acervos MuseCom
Resumo descritivo
Depoimento de Lauro Hagemann ao jornalista Roberto Antunes Fleck, do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, com duração de 1h56min51s.
Lauro Hagemann, nascido em Santa Cruz em 23 de julho de 1930, filho de um trabalhador da indústria fumageira e de uma dona de casa, teve uma infância humilde e um berço operário. Estudou no Colégio Sinodal, onde foi alfabetizado em alemão e português, aprendendo inclusive aritmética em alemão, até que, com o golpe do Estado Novo em 1937, o ensino do português passou a predominar. Desde cedo, destacou-se como aluno aplicado e, aos 16 anos, iniciou sua carreira no rádio na recém-inaugurada Rádio Santa Cruz, após ser descoberto por um inspetor que o ouviu falar em um alto-falante local.
Em 1950, mudou-se para Porto Alegre para estudar e trabalhar, passando por emissoras como a Rádio Progresso de Novo Hamburgo e, posteriormente, a Rádio Farroupilha, onde se tornou locutor exclusivo do Repórter Esso. Paralelamente, envolveu-se no movimento estudantil, foi presidente da União Estadual dos Estudantes e formou-se em Jornalismo na segunda turma deste curso na UFRGS. Em 1957 começa a trabalhar na Rádio da Universidade (UFRGS), ajudando a estruturar seu departamento de jornalismo e defendendo seu caráter público e não comercial.
Na década de 1960, destacou-se como líder sindical, fundando o Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul em 1962 e organizando greves por melhores condições de trabalho. Sua atuação política começou em 1963, quando foi eleito vereador em Porto Alegre pela Aliança Republicano Socialista (ARS), assumindo o mandato após a cassação do titular Alberto Schroeter, no dia 12 de maio de 1964, devido à instauração da ditadura civil-militar (1964-1985). Hagemann sobreviveu politicamente por cinco anos, além de vereador havia sido eleito como deputado estadual pelo MDB em 1967, mas em 1969, após a decretação do Ato Institucional nº5 (AI-5), é cassado, perdendo seus direitos políticos e o seu emprego como funcionário público na Rádio da Universidade, da qual havia se licenciado para atuar como vereador.
Após a cassação, conseguiu recomeçar na Rádio Guaíba, onde trabalhou como locutor e redator publicitário. Mais tarde, reassumiu brevemente a Rádio Farroupilha após vencer um processo trabalhista, mas preferiu retornar à Guaíba, onde permaneceu até se aposentar. Sua trajetória reflete não apenas a evolução do rádio no RS, mas também a luta por direitos trabalhistas e a resistência durante a ditadura. Ao longo de sua vida, Hagemann testemunhou e participou ativamente de transformações sociais, sindicais e midiáticas, deixando um legado como uma das vozes mais respeitadas do rádio gaúcho e um defensor incansável da organização profissional e da liberdade de expressão.
*Resumo gerado por inteligência artificial.
Dimensões
02 fitas cassete de áudio
Material/técnica
Local de produção
Data de produção
[2 abr. 1996]
Condições de reprodução
Acervo protegido pela Lei 9.610/98. Proibida a reprodução para fins comerciais sem a autorização dos detentores legais do direito. Obrigatória a citação da referência para fins acadêmicos e expositivos.

