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Depoimento de João das Neves
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Metadados descritivos (INBCM/Ibram)
Miniatura

Número de registro
MCOM 0372-S
Denominação
Áudio em Fita Magnética
Título
[Depoimento de João das Neves]
Autor
Acervos MuseCom
Resumo descritivo
Depoimento do dramaturgo e diretor teatral João das Neves para o jornalista Roberto Antunes Fleck do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa com duração aproximada de 2h17min.
O dramaturgo compartilhou sua trajetória e lembrou que começou sua vida artística no colégio, onde fundou um jornal estudantil chamado "Seiva" e a partir do periódico um grupo de Teatro. Inicialmente, estava dividido entre seguir Letras Clássicas ou Medicina, mas optou por se dedicar ao Teatro após ingressar na Fundação Brasileira de Teatro no Rio de Janeiro, onde teve contato com grandes nomes do teatro brasileiro, como Dulcina de Moraes e Maria Clara Machado.
João das Neves conta que as pessoas que faziam o jornal “Seiva” formaram depois o grupo de Teatro estudantil. Ele recorda que várias peças foram encenadas, entre elas “Terceiro Sexo”, de um autor francês e “O Vendedor de Ilusões”, de Oduvaldo Vianna. O dramaturgo recorda que a experiência foi muito válida no sentido de estimular novas leituras e produção de textos que compunham o jornal, também. Além disso, destacou a importância do jornal estudantil e do grupo de teatro como espaços de inquietação e discussão, que o levaram a se envolver ativamente com a vida cultural e política de sua geração.
O entrevistado lembra que após passar no teste para a Fundação Brasileira de Teatro passou a trabalhar em companhias amadoras e em grupos de Teatro. E que com o tempo fundou, em conjunto com colegas e com um mímico que havia chegado da França, o ator Luís de Lima, o Teatro Brasileiro de Mímica. Ele destaca que seu trabalho profissional no Teatro foi como mímico e que com o Teatro de Mímica viajou pelo Brasil e por vários países da América Latina na companhia de Oswaldo Neiva, Diego Cristian, Luis de Lima, Regina Rodrigues. João das Neves recorda também da participação no grupo de teatro “Tablado” citando nomes de artistas com os quais contracenou.
O diretor teatral conta que após a atuação no Teatro Brasileiro de Mímica fundou um grupo teatral amador chamado “Os Duendes”, que fazia alusão à obra de Federico Garcia Lorca. Neves explica que, inicialmente, o grupo de Teatro se reunia em uma Paróquia no bairro Laranjeiras, no Rio de Janeiro, e, posteriormente, no Colégio Santa Rosa de Lima, no bairro Botafogo. Ele relembra que depois disso, após excursionar pela Argentina, foi com seu grupo teatral para Campo Grande, no subúrbio do mesmo estado. Lá trabalhou por cerca de três anos no Teatro Arthur Azevedo, o qual também dirigiu, a convite de Maria Clara Machado.
João das Neves também mencionou sua participação no Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde dirigiu o setor de Teatro e colaborou com figuras como Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar. O CPC foi uma experiência marcante, mas foi interrompido pelo golpe civil-militar de 1964, que levou à perseguição de artistas e à censura.
Após o golpe, João das Neves e outros artistas fundaram o Grupo Opinião, que se tornou um importante espaço de resistência cultural durante a ditadura civil-militar. O grupo realizou espetáculos que criticavam o regime, como o famoso "Show Opinião", e enfrentou a censura e a repressão. O entrevistado também falou sobre sua experiência como diretor e ator, destacando a montagem de "O Último Carro", uma de suas peças mais conhecidas, que retrata a vida de passageiros de um trem noturno e reflete sobre as desigualdades sociais.
O dramaturgo também trabalhou com Cinema e Televisão, embora tenha preferido se dedicar ao Teatro, onde sentia maior liberdade artística. Ele também mencionou sua experiência vivendo em uma aldeia indígena no Acre, onde escreveu a peça "Ió Rainha", inspirada na cultura dos Kaxinawá. Essa vivência reforçou sua conexão com a diversidade cultural brasileira e influenciou seu trabalho posterior.
*Resumo gerado por inteligência artificial generativa.
Dimensões
02 fitas cassete de áudio
Material/técnica
Local de produção
Data de produção
23 set. 1996
Condições de reprodução
Acervo protegido pela Lei 9.610/98. Proibida a reprodução para fins comerciais sem a autorização dos detentores legais do direito. Obrigatória a citação da referência para fins acadêmicos e expositivos.
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