Resumo descritivo
Depoimento do pesquisador gaúcho Fernando Marcos Rona para o Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa com duração aproximada de 1h45min57s.
Natural de Bagé, Fernando Marcos explica que está preparando um estudo sobre a Imprensa periódica do Rio Grande do Sul. Ele salienta que não é jornalista profissional, mas que em sua família muitas pessoas são ligadas à Imprensa. O pesquisador lembra que o hábito de colecionar jornais vem desde 1924. Na juventude, ele e um grupo de colegas da escola se reuniam para produzir jornais. Empregando técnica de reprodução que utilizava gelatina, processo apreendido com padres que administravam a escola de confissão religiosa onde estudava, conta que era possível fazer até mais de cem cópias de jornais.
Além do ambiente de ensino na juventude, o pesquisador destaca a educação familiar e a influência e o encorajamento de seu pai no hábito colecionista. Ele conta que o pai escreveu muito na Imprensa sul-rio-grandense e que quando viajava trazia exemplares de jornais que ele encontrava. Fernando Marcos registra que após a doação de uma coleção para o Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, uma nova coleção está em desenvolvimento, reunindo em torno de quinhentos periódicos.
Rona ressalta a importância do contato com a Instituição na sua trajetória e afirma com orgulho que se considera um dos primeiros pesquisadores do Museu. Recorda, ainda, da ocasião em que foi apresentado ao jornalista Sérgio Dillenburg, um dos fundadores do Museu. Sobre o acervo doado, menciona que inclui diversas coleções de periódicos filatélicos de origem turca, eslava, grega e brasileira. Na década de 1960, após o falecimento de seu pai, ele relata que muitas coleções de revistas, boletins e outros periódicos também foram doados à Biblioteca Pública do Estado e ao Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.
Fernando Marcos ressalta, ainda, a relevância da criação de um equipamento cultural estadual voltado à história dos veículos de comunicação social e de modo especial à Imprensa, chamando a atenção para o potencial de divulgação de um museu, que, em sua visão, é diferente de um arquivo. Além disso, destaca o papel da Imprensa na preservação da história local de comunidades e pequenos municípios por meio da divulgação de legislações, do registro de acontecimentos e de outras informações de interesse público.