Resumo descritivo
Depoimento da cantora e compositora Elza Soares para o jornalista Roberto Fleck do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa com duração de 60min.
Elza Soares fala sobre sua carreira e das dificuldades que passou na trajetória pessoal. A cantora ressalta que jamais gostaria de passar para as pessoas a imagem de uma vida amarga e excessivamente dramática. No entanto, ela pretendia passar uma mensagem para as mulheres brasileiras da época, muitas vezes submissas e sem iniciativa na visão da artista, de que é válido passar pelo sofrimento e reagir. Para Elza Soares, a grande questão era a maneira de se passar uma lição de vida.
Em determinado momento, o repórter Roberto Fleck questiona como a cantora buscou forças para superar seus percalços. Ela indica não saber ao certo, mas se entende como uma pessoa espiritualista, guiada por uma força superior. E agradece a pergunta, dizendo se sentir honrada ao poder declarar que está bem. Revela que sempre busca uma maneira de combater a sua dor, mesmo escondida, gosta de chorar sozinha. Mas lembra que parte da sua identidade é a alegria, “no palco é uma explosão”.
Elza Soares também lamenta as críticas que recebeu pela forma como leva a vida e seu ofício: “Já me disseram que eu era um monstro. Como que é uma mulher que sofre, que perde um filho, vem para o palco e canta com um sorriso no rosto”. Ela resiste, revela se considerar “a musa da juventude” e rejeita a possibilidade de ser vista como a “tia Elza Soares”.