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Depoimento de Baru Derquin
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Metadados descritivos (INBCM/Ibram)
Miniatura
Número de registro
MCOM 0392-S
Denominação
Áudio em fita magnética
Título
[Depoimento de Baru Derquin]
Autor
Acervos MuseCom
Resumo descritivo
Depoimento do jornalista Baru Derquin a Roberto Antunes Fleck do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, com duração de 3h9min11s.
Guisleno Baru Ferreira Derquin, nascido em Bagé em 1937, teve uma infância marcada pela pobreza, trabalhando como engraxate, entregador de vianda e vendedor de jornais em Porto Alegre. Aos 9 anos, a família se muda para o Uruguai, onde uma tia sua residia. Aos 17 anos, descobriu que sua "irmã" era sua mãe biológica e que seu pai era um tenente do Exército, Carlos Alberto da Fontoura. Em Montevidéu exerce diversos ofícios, até retornar ao Brasil para se alistar no Exército, onde trabalha como soldado, se destacando pela habilidade de desenhar.
Após seu período nas forças armadas passa a trabalhar em navios cargueiros, conhecendo o mundo. Desembarca nos EUA, e fica na casa de um amigo, lá desempenhando funções como pintor e lavador de pratos, porém, na condição de imigrante ilegal, foi pressionado a se alistar no Exército Americano em troca de um Green Card, porém ele se recusa e retorna ao Brasil.
Sua carreira no fotojornalismo começou por acaso, quando conheceu o fotógrafo Eurico, que lhe ensinou a arte da fotografia. Trabalha um período com Eurico, mas quando ele se muda para São Paulo, Baru fica em Porto Alegre e monta seu próprio negócio, percorrendo bairros de Porto Alegre vendendo fotos em monóculos. Depois passa a fotografar em formaturas e congressos, até ingressar no Diário de Notícias, onde participou da cobertura de matérias jornalísticas sobre polícia, política e eventos sociais, convivendo com grandes nomes do jornalismo gaúcho. Mais tarde, migrou para a Folha da Tarde e Zero Hora, registrando momentos históricos, como a prisão de Maurício Sirotsky Sobrinho – embora essas imagens tenham desaparecido.
Baru enfrentou desafios profissionais, como a pressão editorial durante a ditadura, quando uma foto polêmica de tortura foi publicada, criticando a burocracia e a falta de apoio nas redações, contrastando com o ambiente mais acolhedor de veículos como o Correio do Povo. Além disso, cobriu eventos internacionais, como a Copa do Mundo, e tentou, sem sucesso, ser o primeiro jornalista brasileiro a ir à Antártida, justamente às vésperas da Guerra das Malvinas.
Ao refletir sobre sua trajetória, Baru lamentou as mudanças no fotojornalismo, destacando a perda da profundidade e do espírito investigativo na profissão. Para ele, um bom fotógrafo precisa de paixão e experiência, valores que acredita estarem se esvaindo com o tempo. Apesar dos obstáculos, expressou gratidão por sua carreira e afirmou que, se pudesse, faria tudo novamente. Sua história é um testemunho de resistência, adaptação e dedicação ao jornalismo, marcando a evolução da fotografia no Rio Grande do Sul e no Brasil.
*Resumo gerado por inteligência artificial.
Dimensões
04 fitas cassete de áudio
Material/técnica
Local de produção
Data de produção
23/02/1996
Condições de reprodução
Acervo protegido pela Lei 9.610/98. Proibida a reprodução para fins comerciais sem a autorização dos detentores legais do direito. Obrigatória a citação da referência para fins acadêmicos e expositivos.

