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1º Congresso Estadual de Cultura do RS: A Diáspora Gaúcha
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Metadados descritivos (INBCM/Ibram)
Miniatura
Número de registro
MCOM 0238-S
Denominação
Áudio em Fita Magnética
Título
[1º Congresso Estadual de Cultura do RS: A Diáspora Gaúcha]
Acervos MuseCom
Resumo descritivo
Palestras e debates em torno do assunto “A Diáspora Gaúcha” durante o segundo dia do 1º Congresso Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul com duração aproximada de 1h48min6s.
O 1º Congresso Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul foi um evento de caráter excepcional, promovido pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Cultural (CODEC) e realizado no Salão de Atos da UFRGS no mês de abril de 1989, no qual diversas personalidades de reconhecida atuação cultural, nacional e internacionalmente, se reuniram para dividir suas experiências profissionais, traçar paralelos com o passado visando o futuro da cultura no estado e propor debates quanto aos desafios a serem enfrentados. As discussões se debruçaram sobre os temas “Formação histórica da Cultura Gaúcha”, O Rio Grande do Sul na Cultura Brasileira”, “Cultura e Meios de Comunicação”, “Bases para uma Política Cultural” e “Institucionalização da Cultura no Rio Grande do Sul”. Os debates e resoluções que tiveram lugar no Congresso foram fundamentais para a definição das bases de criação da Secretaria de Estado da Cultura.
O início dos trabalhos da noite do segundo dia do Congresso se deu com a apresentação dos painelistas Walmor Chagas, Carlos Scliar, Iberê Camargo, Lara de Lemos, Edgar Graeff e dos moderadores Cyro Martins e Moacyr Scliar. Foi abordado o painel “A Diáspora Gaúcha”, do ponto de vista das personalidades da Arte que tiveram sucesso em suas carreiras fora do Estado.
Walmor Chagas destacou a importância de se debater a cultura em um momento agitado da sociedade brasileira. Ele também deu destaque para a falta de representação gaúcha no teatro brasileiro em geral e apresentou a problemática da despersonalização dos artistas, lamentando a desvalorização das características regionais.
Já Carlos Scliar falou da sua trajetória pessoal e profissional como pintor citando, inclusive, momentos marcantes da sua juventude e a influência de Cândido Portinari na sua carreira. Em dado momento, ele se dirigiu aos jovens presentes no Congresso e deixou a mensagem de que eles tinham totais condições de fazerem tudo que almejavam em qualquer área de atuação. Ele declarou que o Brasil tem um dos povos mais fantásticos. Por fim, revelou que devia sua estabilidade na carreira de pintor à sua teimosia e que, mais do que talento, era necessário ter uma grande “dose” de teimosia para ter êxito.
Iberê Camargo iniciou sua fala se definindo como um “homem pessimista, um homem das sombras”. Iberê fez críticas ao imaginário de que existe uma hegemonia cultural de Rio de Janeiro e São Paulo que se sobrepõe ao Rio Grande do Sul. Para ele, “o colonizador” de fato estava mais longe, fora do país. O artista foi além e argumentou que os meios de comunicação eram os responsáveis pelas ações desse processo de “colonização”.
Lara de Lemos defendeu a ligação da cultura com a história socioeconômica, enfatizando que a poesia não vem de uma pessoa alienada. Lara destacou que poeta é aquele sujeito que vai “fundo” na lucidez até precisar “respirar”. Ela também ressaltou que “o prazer da palavra” não estava só com os escritores. Estava no povo, na tradição oral, nas poesias de cordel, nos cantadores do Nordeste, nos trovadores do Rio Grande do Sul e em todo o folclore do país. A poetisa exaltou o sentimento de saudade do Rio Grande, tanto da paisagem quanto das pessoas. Esse sentimento serviu de inspiração para ela escrever “Adaga Lavrada”. “A gente não precisa viver em um espaço físico para realmente escrever sobre aquilo. Até pelo contrário, eu acho que quando a gente está longe, temos uma perspectiva melhor de ver o Rio Grande”, finalizou Lara.
Edgar Graeff, o último painelista da noite, abordou sua formação no Rio Grande do Sul, sua experiência como arquiteto e professor, e mencionou as dificuldades enfrentadas durante o período político turbulento no Brasil. Ele expressou ter esperança de que os jovens pudessem superar os desafios e recuperar o atraso na educação brasileira.
Dimensões
02 fitas cassete de áudio
Material/técnica
Local de produção
Data de produção
[25? abr. 1989]
Condições de reprodução
Acervo protegido pela Lei 9.610/98. Proibida a reprodução para fins comerciais sem a autorização dos detentores legais do direito. Obrigatória a citação da referência para fins acadêmicos e expositivos.
Mídias relacionadas
LEMOS, Lara de. Adaga Lavrada. 1 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; São Paulo: Massao Ohno, 1981. 88p.